Alexandre Rossi

À medida que nossos cães envelhecem, além de problemas de saúde que podem surgir, como artrose, questões na coluna, perda de visão e/ou audição ou cardiopatias, notamos também que muitos ficam menos ativos e parecem se esquecer de alguns comportamentos que apresentaram durante a vida toda, ou seja, apresentam um declínio cognitivo evidente.

Introduzi o tema recentemente aqui nesta coluna (leia aqui) e agora vou dar dicas sobre como agir com os cães idosos que apresentam sinais do “Alzheimer canino”, ou melhor, da síndrome da disfunção cognitiva.

Orientações do veterinário

Com a conclusão do diagnóstico pelo médico veterinário que acompanha o cão, este poderá prescrever medicações e/ou suplementos que auxiliam no quadro. Mas a indicação e a prescrição dependem da idade e porte do cão, assim como os sintomas que vem apresentando e, portanto, devem ser avaliados individualmente.

Estímulos

Muitos podem ficar com pena de colocar desafios para o cachorro que está velhinho. Preferem, por exemplo, colocar a comida no pote, para facilitar, ou evitar os passeios. Mas é justamente o contrário! Um cão que apresenta sinais do “Alzheimer canino”, como desorientação, troca do dia pela noite, não acertar mais as necessidades no seu “banheiro”, deve ter oportunidade de desenvolver atividades que estimulem seu raciocínio e cognição.

A síndrome da disfunção cognitiva é degenerativa e, quando estimulamos os neurônios dos cães, ajudamos a evitar uma progressão rápida da doença. Por isso, vale colocar parte da alimentação em brinquedos que liberam a comida, atiçar o pet com várias texturas e sabores, manter os passeios diários…

Logicamente, isso tudo deve ser feito respeitando as condições clínicas de cada um, pois eles podem estar com dificuldades de locomoção ou baixa visão, por exemplo. O importante é estimulá-los de forma bacana, mas sempre respeitando seus limites e saúde.

Não mudar o ambiente

Um dos sintomas que acometem os cachorros com o “Alzheimer canino” é a desorientação, mesmo em lugares que antes eram absolutamente familiares. Ela pode vir acompanhada de perda de visão, o que piora a situação.

Por isso, vale deixar o ambiente onde o cão circula exatamente como ele o conhece, sem mudanças de móveis de lugar ou da água, cama e brinquedos. Assim, a chance de ele conseguir se localizar sempre é muito maior.

Nessa fase, eles precisam como nunca de nosso cuidado, paciência e carinho. É possível que vivam muito bem, com qualidade, mesmo que pareçam estar meio perdidos!

Fonte: VEJA SP – Blog Bichos